O CENTRO CIÊNCIA VIVA DE VILA DO CONDE (CCVVC) está instalado no edifício da antiga Cadeia Civil. Este edifício tem a configuração geométrica de um dodecágono, polígono de doze lados, e contém um pátio interior encimado com uma claraboia em vidro. Esta antiga cadeia cessou as suas funções nos anos 70 do século XX. Em março de 2002, abriu de novo as suas portas, desta vez, como Centro Ciência Viva. O Centro está aberto a toda a comunidade, de investigadores a famílias, de escolas a curiosos de todas as idades.
Centro Ciência Viva
Em 28 de setembro de 2001 foi constituída a Associação Centro Ciência Viva de Vila do Conde cujos membros associados são o Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, o Município de Vila do Conde e a Universidade do Porto. Em março de 2022, a Associação acolheu mais um associado, o BIOPOLIS/CIBIO-InBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos. O Centro Ciência Viva de Vila do Conde integra a Rede Nacional de Centros Ciência Viva. É um espaço plurifuncional de ciência e tecnologia, vocacionado para a difusão da cultura científica e tecnológica através da observação e experimentação, tendo como tema estruturante a “Água”. O Centro Ciência Viva disponibiliza Exposições Interativas, Laboratório, Auditório, Sala de Aquários, Sala Multifuncional, Espaços Expositivos, Sala de Geiseres, Loja da Ciência, Espaço Acqua e um Planetário Móvel.
Edifício da antiga Cadeia Civil
A primeira Cadeia de que há registos em Vila do Conde foi construída no séc. XVI, em edifício anexo aos Paços do Concelho, frente ao Pelourinho. Em finais do séc. XIX, a construção de uma nova cadeia, dada a inexistência de condições de higiene, segurança e capacidade, era uma necessidade indiscutível, pelo que, em junho de 1903, foi iniciado o processo de expropriação de um terreno na Rua das Donas para aí erguer um edifício destinado às repartições públicas da Comarca e à Cadeia. A obra foi efetivamente iniciada, mas o Projeto foi interrompido, sendo apresentado à Câmara, em 27 de abril de 1915, uma nova proposta de construção no lugar das Pedreiras. Em defesa do novo Projeto foram invocadas razões económicas, e a centralidade do edifício relativamente à área do Concelho. Assim, surge este imóvel singular de arquitetura presidiária, com a configuração geométrica de um dodecágono, apresentando um pátio interior encimado com uma claraboia em vidro.
O edifício foi dotado com as necessárias condições de higiene, incluindo “..., lavatórios, leitos, móveis, água encanada...”. O rés-do-chão, com uma construção mais segura, destinar-se-ia aos homens e o 1º andar às mulheres, com uma construção mais ligeira. Entretanto, nos anos 70, com a abertura da Cadeia de Custóias, o edifício seria libertado das funções de Cadeia Civil.
Em 1997 inicia-se o projeto de recuperação e adaptação, assumido pela Câmara Municipal e comparticipado pela Comunidade Europeia, que viria a ser inaugurado a 1 de setembro de 1999 por S. Exª Senhor Ministro da Ciência e da Tecnologia, Prof. Dr. José Mariano Gago, tendo nesta data começado a desenvolver-se o Projeto que viria a culminar com a instalação do Centro Ciência Viva de Vila do Conde.
Assinale-se que a requalificação deste espaço mereceu uma “Menção Honrosa” pelo Júri do Prémio Nacional de Arquitetura Alexandre Herculano, que distingue intervenções de exemplar qualidade nos Centros Históricos.