O MARAVILHOSO MUNDO INVISÍVEL QUE HABITA EM NÓS
25 de maio de 2023, 21h00 – 22h00 | Mar Shopping/MAR Lounge
Um bom micróbio é um micróbio morto. Até há muito pouco tempo, este era o paradigma vigente e quanto mais “limpo”, ou seja isento de microrganismos, fosse o nosso entorno, melhor. No entanto, o desenvolvimento da tecnologia, tanto a nível de microscopia como molecular, foi permitindo um crescente conhecimento sobre a vida invisível e hoje sabemos que os seres vivos mais antigos, mais ubíquos, mais bem-sucedidos e mais diversos do planeta são, de longe, as bactérias. O que significa que toda a subsequente vida surgiu apesar de e graças a bactérias. O nosso corpo alberga tantas células de micróbios como células humanas, o que faz de cada um de nós verdadeiros ecossistemas, composto por milhares e milhares de espécies diferentes interagindo entre si e com o ambiente, que somos nós. Hoje sabemos que estes ecossistemas que nos compõem e formam parte da nossa identidade são fundamentais para o nosso bem-estar e a nossa saúde, podendo, em muitos casos, ser a solução para muitos dos problemas de saúde humana mais prementes da atualidade. O que já sabemos sobre o nosso microbioma? Que efeitos têm na nossa saúde e bem-estar? E, ainda que no rescaldo duma pandemia qua a todos afetou, podemos fazer as pazes com os micróbios?
INVESTIGADORES CONVIDADOS:
Benedita Sampaio Maia – Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto e i3S -Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
Benedita Sampaio Maia é Professora de Microbiologia na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto e investigadora do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde. Atualmente a sua investigação foca-se na exploração do papel do microbioma humano na saúde e na doença. Para tal está envolvida em vários projetos com equipas internacionais que pretendem estudar, entre outros, a transmissão dos microrganismos entre a mãe e a descendência assim como relação dos nossos microrganismos com a nossa personalidade e com doenças do neurodesenvolvimento. Nos tempos livres adora atividades de ar livre em família e viajar para países em que tudo é diferente, incluindo a microbiota.
IRRESISTÍVEL: DANDO A VOLTA À RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
26 de maio de 2023, 21h00 – 22h00 | Mar Shopping/MAR Lounge
Até ao início do século passado, doenças infeciosas como pneumonia, tuberculose ou varíola eram a principal causa de morte, em todo o mundo. 1928 representa um ponto de viragem no curso da história da medicina moderna com a descoberta da penicilina, iniciando-se a era dos antibióticos. No entanto, logo em 1940 registaram-se os primeiros casos de bactérias resistentes aos efeitos de antibióticos aos quais eram inicialmente sensíveis – o fenómeno denominado de resistência a antibióticos – e no seu discurso de aceitação do prémio Nobel, em 1945 e conjunto com Howard Florey e Ernst Chain, Alexander Fleming antecipou o perigo da utilização abusiva dos antibióticos. Efetivamente, a resistência a antibióticos está a aumentar de forma alarmante em todo o mundo, representando uma das maiores ameaças atuais à saúde, segurança alimentar e desenvolvimento. Descobrir novos antibióticos e desenvolve-los para fins terapêuticos é muito caro e demora muito tempo: trazer um novo medicamento ao mercado custa entre 800 milhões a mil milhões de dólares e o processo pode demorar 10 anos. Deste modo, novas alternativas para combater doenças infeciosas têm vindo a ser exploradas na esperança de se encontrar a resposta urgente necessária à manutenção do ritmo de progresso a que a sociedade atual está habituada e quer preservar.
INVESTIGADORES CONVIDADOS:
Nuno F. Azevedo | FEUP - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e LEBAPE - Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia
Nuno Filipe Azevedo licenciou-se em Engenharia Biológica em 2001 na Universidade do Minho (UMinho) e concluiu um doutoramento misto em Tecnologia Química e Microbiana em 2005 na UMinho e na Universidade de Southampton, Reino Unido. É atualmente docente na FEUP, investigador no LEBAPE e orientador ou co-orientador de vários doutorandos e investigadores de pós-doutoramento. Os seus principais interesses de investigação centram-se na exploração do potencial dos mímicos de ácidos nucleicos para o diagnóstico e tratamento rápido de agentes infeciosos, bem como de biofilmes multiespécies. Foi líder do projeto DelNAM, financiado pela UE, um projeto que visava desenvolver uma nova abordagem terapêutica para resolver a resistência bacteriana a antibióticos por meio da entrega de mímicos de ácido nucleico antibacteriano em biofilmes bacterianos e células dentro do corpo humano. Também participou como líder da FEUP em outros projetos europeus, como o PRINT-AID, uma rede Europeia para desenvolvimento de dispositivos médicos anti-infeciosos personalizados combinando tecnologias de impressão e funcionalidade antimicrobiana, estando também envolvido em vários outros projetos nacionais, nestas mesmas áreas. Foi ainda co-fundador da empresa de biotecnologia Biomode SA.
DESAPARECER, FUGIR OU MUDAR? AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E A BIODIVERSIDADE
27 de maio de 2023, 21h00 – 22h00 | Mar Shopping/MAR Lounge
Ao longo da história do nosso planeta, a vida enfrentou múltiplos desafios, entre os quais cinco grandes extinções em massa que, durante os últimos 500 milhões de anos e de forma periódica, eliminaram uma grande parte das espécies de seres vivos na Terra. Estarão estes tempos de crise para trás? As evidências apontam para que não - um número crescente de estudos revela como a ação humana está a ter um grande impacto na biodiversidade, sobretudo as alterações climáticas e a perda de habitat. Mas para além dos esforços que nós teremos que fazer para reverter o problema, como é que os seres vivos poderão responder a estes desafios? Durante esta conversa vamos rever as diferentes estratégias que os organismos podem utilizar para se adaptarem às alterações ambientais, focando em alguns exemplos concretos que demonstram as oportunidades, mas também os limites, do que a vida consegue fazer para resistir a estas mudanças em câmara rápida. Quem serão os sobreviventes neste jogo de alto risco?
INVESTIGADORES CONVIDADOS:
Pedro Andrade | Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos - BIOPOLIS/CIBIO-InBIO Laboratório Associado
Pedro Andrade é investigador em biologia evolutiva no BIOPOLIS/CIBIOCIBIO-InBIO Laboratório Associado. A sua investigação foca-se em descobrir como é que a componente genética dos organismos influencia a evolução das suas características, dando origem à grande diversidade de formas e cores que vemos nos seres vivos hoje em dia. Para responder a questões nesta área trabalha, sobretudo, com várias espécies de aves e lagartixas.
Inscrições para Docentes no formato de Ação de Curta Duração, aqui.
Público alvo: adultos | Entrada gratuita, mediante inscrição prévia